domingo, 21 de maio de 2017

Eterno Paciente (Besteiras de Você)

Você encostou sua nobre mão na minha pele como se quisesse algo
Não me pediu permissão, parece que você realmente queria
Mas não é comigo que você manterá seu atraso
Saiu de mim e mesmo assim tanto me perseguia
Só deveria ter me ensinado a sair do meu coração

Ter que ouvir pelo terceiro lado de nosso triangulo, já não me abala
Me abala você não sentir falta do nosso bom senso
Ainda tento manter a nossa imagem viva, porque me agrada
E não aquela que saio indefeso

Éramos nós dois na escuridão da noite
Fantasiando sobre qual direção tomar
Balançando todos meus sentimentos sem controle
Permaneço para o que desejar

Como conseguiu me enganar por tanto tempo
Facilmente me encantaria de forma sutil
Como que consigo te amar por tanto tempo
Se só desejo aquilo que não posso ter
O tempo faz com que eu reveja tudo tão distante
E fico preso em algo que não pode ter tanto poder

Estávamos presos à diferentes realidades
Reparei que tudo aquilo era para matar nossas ansiedades
De nenhuma maneira posso deixar te amar
Talvez porque você ainda fica na minha vontade

Me ajoelho para vencer meus sentimentos
Nessa altura já me sinto confortável o suficiente
De poder enfrentar seu exercito de mil e novecentos
E de poder me livrar de ser seu eterno paciente


sábado, 20 de maio de 2017

Do Outro Lado Do Vidro

Você pode acompanhar tudo do outro lado do vidro
A minha atenção precisa ser calibrada
Os seus pensamentos não vão alcançar aqui do outro lado do vidro
Uma vida sem poder dar ouvidos não é ameaçada
O que corta sua pele aqui não me atinge
Só indico de modo cirúrgico uma bofetada
A delicadeza foi de forma oriental apaixonante
E fez parecer ser tão interessante

Logo à tarde jogo em silêncio todo meu ataque
Tento fazer você me odiar de um jeito violento
Pode não parecer mas ainda disfarço meu sotaque
Tudo faz parte do meu experimento
Você parece que deseja mais dessa destruição
Te apresento o ato mais nojento
Posso tentar não crer, mas me alimento desse seu sentimento

A magia nunca pode ser concluída
Me apavoro de sentir o gosto  do meu fim
É massacrante o conforto da sabedoria obtida
Chicotadas de reflexo por aqui não há
Ainda consigo escutar a vibração da sua voz daqui do outro lado vidro
Minha nudez ficará nítida quando você soprar
Não há mais motivo para fazer atrito

De inicio tudo quis ficar tão verde
Verde de mentes, verde de almas
Tudo faz lembrar das corridas no meios de tuas roças
Sempre recebido com várias palmas
O céu sempre fez me sentir um idiota
Com suas cores, formas e imensidão
Coisas que aqui de dentro do vidro, vejo carinhosamente com solidão
A perversão de como usam seus objetos me atrai


terça-feira, 16 de maio de 2017

Gerônimo

Há anos vivo fugindo da luz
Me pergunto quando irei ser intimado
A sobriedade nunca me conduz
Mas dopado consigo ser realmente amado
Amar a mim mesmo não me parece ser solitário

Caíram os dados da minha rebeldia
Enrolando entre meus papéis ainda consigo ser solidário
Não costumo ir atras daquilo que me perseguia
Sem ajuda interpreto melhor do que qualquer otário
E ao anoitecer somos todos vadias

Ao abrir os olhos você já não é mais tão encantador
Mas é que claro que todos nós já sabíamos

De um lado para o outro
Já não há mais tanto desgosto
A minha arte reativa cada partícula de gota do seu suor
Mesmo sendo incompreendido pela maioria
Não me sinto como sua minoria
E como um rei assassinado por sua amante
Vamos ter que ir adiante

E sobre o beijo roubado no carro
Pequenos furtos me levaram a querer roubar seu coração
Mas logo você quebrou meu triste coração de barro
Precisei juntar os cacos porque ainda estava em ascensão
Te dediquei uma tragada do meu cigarro
Porra, como sou cabaço

E todos dedicamos ao nosso melhor Gerônimo
Sua estranha covardia no meu dia de celebrar
Já não quero me manter anonimo
Muito menos para te agradar