quinta-feira, 17 de março de 2016

Seu nome é Malik

Há uma flor embaixo do seu travesseiro
Junto com a faca que matou seu inimigo
Vocês nunca vão ver outro brasileiro
Sem punição, sem castigo

Seu nome é Malik
Assassinado por uma nação
Antes de tudo Malik
Não querem mais sua confusão

Na sua casa se ouve os ventos
E os gritos de uma rebeldia
Se há silêncio fique atento
Todos somos feito de covardia

Não há nada mais enterrado
Porém o sangue está no seu lençol
Você tirou o DNA de modo  agrosseirado
A simplicidade te nomeou culpado

Preso na torre coberta de espinhos
Seu coração vale mais que umas latinhas
Não vê o mundo nem pelos quadradinhos
Se vê preso nas eternas festinhas

Respire fundo de antes acordar
Numa realidade que nunca quis pertencer
Mas o que o leva participar?
Preso nessa  eterna confusão


Mas ainda preciso te fazer sangrar

Eu te amo
Mas ainda preciso te fazer sangrar
Não sou do mesmo ramo
Mas faço tudo para aperfeiçoar
Você sabe por quem eu gamo
E mesmo assim quer amaldiçoar
Eu te amo
E você precisa concordar

Se você sair dessa realidade
Verá como nada disso é importante
Será tão bom quanto a maldade
Em uma vida nada angustiante

Somei com você
Mas devo ter dividido errado
Minha imaginação imperdoável
Me parece nada adequado
Ainda amo você
Mas preciso te fazer sangrar
Você sabia o que iria acontecer
Mesmo ainda assim quis me admirar

Dopado não me sinto envergonhado
Mesmo estando do lado desse senhor
Ele vê todos meus cortes imitados

Eu não te falei
A preciosidade do meu amor
Sendo pelos pobres idolatrado
Mas ainda preciso te fazer sangrar